POUCA ÁGUA PARA MUITA INCOMPETÊNCIA
Como assim “pouca água”? Calma! É um mero recurso retórico para dizer que mesmo que Deus provocasse outro dilúvio, ainda assim, teríamos ...

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Como assim “pouca água”?
Calma! É um mero recurso retórico para dizer que mesmo que Deus provocasse
outro dilúvio, ainda assim, teríamos seca no município. Durante a madrugada de
domingo recebi vídeos, fotos e mensagens de pessoas felizes da vida e admiradas
com o grande volume de água que o Senhor nos mandou de presente. Fiquei feliz e
indignado com a notícia.
Para quem não usa o passado
para aprender novas lições para o futuro todo presente é caótico. Sim, muita
água caiu no município, todavia, foi embora e não voltará jamais. O rio não
espera. A natureza não tolera erros e não tem tempo para pedir licença. Também
achei maravilhoso ver a barragem que não abastece a cidade cheia, mas minha
razão fez questão de lembrar que boa parte da mesma está cheia de lama. Sim.
Lama é o que ocupa a maior parte do nosso maior reservatório de água. Nessas
horas é natural ninguém lembrar dos culpados ou do principal culpado pelas
secas dos últimos anos, Sérgio Miranda.
Sérgio Miranda não só aterrou o
Açude Manuel Miranda como também canalizou os esgotos dos loteamentos para
dentro do canal (podre) que fez no meio do aterrado açude. Achando pouco toda
desgraça, pediu um parecer jurídico para parar a obra aprovada por unanimidade
na Câmara de Vereadores de Panelas e assinada pela prefeita decorativa. Essa
ação maléfica não só parou a obra que proporcionaria represar uma maior
quantidade de água como fez com que a obra fosse interrompida “de qualquer
jeito” e fez com que a água levasse toda areia solta para dentro da barragem.
Sérgio como sempre trabalhando para o “empioramento” da vida do panelense,
mesmo não ocupando nenhum cargo eletivo.
Claro que um indivíduo como
esse não tem condições de fazer tanto mal sozinho, ele precisa de uma Câmara
covarde e uma “prefeita decorativa” (mais decorativa do que prefeita). Com isso
temos muita lama acumulada na barragem e muita água indo embora “ladeira”
abaixo. Pior do que fazer mal aos panelenses, a canalização do esgoto faz com
que antes de “enviarmos” nossa água para os vizinhos, misturemos com poluição.
Mas tudo bem, afinal, temos uma academia aparentemente superfaturada que durou
cerca de oito anos e ainda não foi concluída. Bela obra!
E de agora em diante o que
teremos? Teremos um açude com pouca água, bastante lama e uma adutora que
funcionará para acabarmos com a água dos nossos vizinhos cupirenses também.
Solução dignamente sergianista, já que se configura como uma “não solução”. Eu
diria que os governantes panelenses cuidam do povo como quem cuida de animais,
mas como sabemos eles cuidam melhor dos animais, pois duvido que alguém tenha
visto algum cavalo de Sérgio carregando água, com exceção daqueles que puxam o
saco dele e trabalham na prefeitura.
Não há volume de água neste mundo
de meu Deus que dilua a incompetência do grupo
sergianista que desgoverna a
cidade. É incompetência destilada com ódio pelo povo que vergonhosamente não
acorda. Será que é tão difícil entender? Será que sou maluco e estou vendo boa vontade
onde só há covardia, ou covardia onde só há boa vontade impotente?
Querem saber, meus amigos, até
hoje fui um panelense que vestiu a camisa como ninguém. Defendi Panelas em
lugares que vocês não teriam condições de imaginar. Gravei coisas pensando na
cultura do município e no que deixaríamos para nossas crianças. Nas rodas de
amigos sempre fui aquele cara que acreditava que o povo acordaria e por milagre
de Deus tomaria as rédeas do destino para capitanear a própria história, mas
confesso que estou cansado de gritar no deserto. Sou um guerreiro que não foi
tocado em batalha, pois nem as palavras dos politiqueiros ou críticos adeptos
do imbecilismo me atingiram, nem as ofertas de dinheiro fácil me seduziram em
momento nenhum. Mas confesso que estou cansado de lutar sozinho e receber
elogios “nas caixas” das redes sociais de pessoas que aparentemente nunca terão
coragem de estar na luta. Estou cansado demais para tentar entender os motivos
dos compartilhamentos de imbecilidades sem limites enquanto o crucial é
abandonado e rapidamente esquecido.
Estou, acreditem, em “pré-desistência”!
Eu! Cansado não só de pessoas que não lutam pela maioria e, muitas vezes, nem
por elas. Sem saber, ou agir como se soubessem, que é necessário saber com o
que e contra o que se luta. Estou cansado de amizades eventuais e encontros
vazios. Estou cansado de conversas esparsas, de amores incompletos e de pessoas
que só se entregam pela metade. “Onde, meu Deus, eu encontro gente neste mundo!”.
Só encontro deuses. Pessoas que “si” bastam a si mesmas”. Pessoas que veneram e
se curvam diante de sua própria imagem ou de um déspota qualquer. Pessoas que
se ajoelham facilmente para obras maquiadas e esquecem com o mínimo sinal de
chuva que a seca e a pobreza financeira/espiritual estão à espreita.
As pessoas que brigavam por
baldes de água ainda existem. O excesso de chuva apenas não possibilita a
aparição dessas atitudes. Mas a água não só lavou as ruas, as calçadas, as
casas e as serras; ela lavou também a memória do povo e minha paciência para
com governantes demagogos e escravos hipócritas em todos os níveis. Vou lavar
também do meu tempo e da minha vida pessoas que não queiram se preencher,
afinal, não é só a barragem que está cheia de sujeira. Serei a mudança que
quero ver. Não sei se serei bom ou mau exemplo, mas, com certeza, serei algum
tipo de exemplo. Que a chuva tenha batizado os filhos de Panelas e como
sabemos; batismo é vida nova. O batismo vem do céu. As atitudes dependem muito
dos que estão aqui. Sem mais!
Coluna Política // Por Pierre Logan
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. OAB-SP 218968E.