Este é mais um daqueles textos em que escolho um título sensacionalista e não adianta dizer: “Na minha opinião isso não se faz porque bl...
Este é
mais um daqueles textos em que escolho um título sensacionalista e não adianta
dizer: “Na minha opinião isso não se faz porque blá, blá, blá...”. Porque na
minha opinião a sua opinião não tem a mínima importância o que prova que se
todos agirmos de acordo com a nossa própria ignorância estaríamos andando em
círculos. Se não entendeu dê uma lida num outro artigo que escrevi, cuja
explicação para diferença de “opinião” e “análise” foi dada. Caso não tenha
interesse, então teremos outro problema que não é meu. Penso que há duas formas
de fazermos algo: a forma certa e a forma errada. O modo com que a população de
Panelas trata a política (com exceção de uns poucos pensantes) faz com que
entremos num grande buraco.
A
primeira coisa que você tem que saber quando está preso a um buraco e tem
esperança de sair dele é que não se deve cavar. O grande problema é que aqueles que
mandam cavar mais, são tratados como deuses e outros que aconselham parar de
cavar são tratados como loucos. Em um futuro muito próximo dirão que nós
vivemos numa sociedade vendida (vide os eleitores de Joelma) ou numa sociedade
sem discernimento (vide eleitores de Lourinho). Então, sobra quem? Isso mesmo;
ninguém. Estou inclinado a desconfiar de uma democracia que prega que devemos
votar em alguém só para cumprir tabela.
Me
acompanhe nesta análise lacônica: Alguém viu Rildo de Mano por aí? Ele está
apoiando ou não alguém? Está manifestando-se contra essa campanha suja,
desonesta e falsária dos candidatos? Questionou alguém sobre o proselitismo
político que empobrece, anula, desqualifica qualquer processo “democrático” na
nossa cidade? Quando pretendia ser candidato gritava aos quatro ventos que se
importava com o povo. Aí anunciou que não seria mais candidato e sumiu. Para
onde foi a preocupação com o povo? Por acaso a responsabilidade de alguém que
se importa com a população acaba quando essa pessoa não mais pretende se
eleger? Ora, é evidente que esse comportamento de “aparecer e sumir” denota um
jogo político deplorável. Essa é uma leitura que devemos fazer agora, pois
depois de quatro anos será tarde demais ainda que repitam o discurso do Rildo
de “ainda está cedo”.
E
Lourinho Macunaíma? Como alguém que impôs sua candidatura antidemocraticamente
pode ser eleito democraticamente? Todos se lembram da guerrinha da oposição
porque muitos do grupo não queriam que Lourinho tentasse mais uma vez a
candidatura. Ele bateu o pé (uma das poucas coisas que sabe fazer) e disse:
“sou candidato”! Cometendo um crime eleitoral antes da eleição. Por que não
entraram com um processo para barrar a candidatura dele? Pois é, desconfio que
estejam todos do mesmo lado.
Essa
teoria da conspiração óbvia exclui um terceiro candidato que nem sei o nome
porque se de fato ele quisesse o bem para Panelas teria começado a se
manifestar antes. Há uma questão partidária e de financiamento pouco complexa
que explicarei em outro texto. Talvez depois disso vocês entendam porquê de
tanta gente entrar em campanha sem ter chance de ganhar. Mas, voltemos, por enquanto,
a teoria da conspiração.
Vocês
acham mesmo que depois de mais de duas décadas é razoável alguém como Lourinho
Macunaíma candidatar-se e depois de recorrentes derrotas usar exatamente a
mesma estratégia que sempre usou (e perdeu) para tentar ganhar? Não é meio
estranho que alguém com a quantidade de votos que ele teve na eleição passada
nunca tenha se comprometido com associações, ONGs, fundações ou qualquer coisa
que ajude de fato a comunidade como um todo? Ainda que não fosse nada
grandioso, mas que fosse pelo menos algo. Como um ser que tem pelo menos dois
neurônios pode comportar-se da mesma forma sempre e esperar algum resultado
diferente?
Aparentemente
vivemos numa farsa política e democrática. Aparentemente estão todos do mesmo
lado e uma das evidências mais patentes é que raros são os bem sucedidos do
município com capacidade para viver do próprio trabalho, pois se observarmos
bem estão sempre comprometidos com seja lá quem esteja no poder. Eu até entendo.
Dá uma falsa sensação de poder. Faz acreditar que são pessoas melhores,
iluminadas. Basta ver a quantidade de agradecimentos a Deus nas linhas do tempo
do Facebook. Nosso século vem limitando a onisciência de Deus, achando que Ele
precisa usar redes sociais para saber o quanto são gratos pela maneira imoral
com que levam suas medíocres vidas. Deus sabe onde é Panelas, mas a adoração
que o povo faz ao dinheiro, políticos e mediocridade, afasta Deus de Panelas.
Mas, pensando bem, quem tem o apoio de Sérgio (que torce para Lourinho
continuar sendo candidato porque sabe que assim sempre vai ganhar) acha que não
precisa da benção de Deus.
Coluna Política // Por Pierre Logan
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias.
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